terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Conferência Internacional "O Impacto das TICs na Educação" estende a discussão ao público

Conferência Internacional "O Impacto das TICs na Educação", Brasília, 2010

UNESCO e parceiros propõem agenda para a América Latina e incentivam o debate


“Não é possível mais ignorar a tecnologia”. A frase pronunciada repetidas vezes durante os dois dias de debates da Conferência Internacional O Impacto das Tecnologias de Informação e Comunicação (Tics) na Educação, que aconteceu em Brasília, nos dias 27 e 28 de abril, anuncia a consolidação de uma tendência: a incorporação das novas ferramentas e plataformas tecnológicas aos processos de aprendizagem.
Para especialistas em educação, gestores de políticas públicas, representantes da iniciativa privada e de organizações internacionais, e comunidade escolar, avaliar o impacto das Tics nas salas de aula é muito importante, mas a questão-chave é como aproveitá-las de maneira mais efetiva para melhorar a qualidade da educação na América Latina.
“As tecnologias digitais estão inseridas na nossa sociedade em todos os âmbitos da vida e vieram para ficar. Então a pergunta sobre impacto não é apenas o quanto impacta a tecnologia, mas como a escola pode utilizar melhor a tecnologia para que essas tenham maior contribuição na qualidade da educação”, avalia Alfredo Rojas, oficial de programas do Escritório Regional de Educação para a América Latina e o Caribe (OREALC/UNESCO Santiago) e coordenador da Rede de Liderança Escolar do Chile.
Para os pesquisadores e especialistas de vários países que se apresentaram para uma platéia de 350 participantes e 2.130 internautas, que acompanharam a discussão via webcast, essa Conferência mostrou a consolidação do pensamento sobre Tics na América Latina e isso representa um grande avanço.
Estabeleceu-se no encontro internacional uma agenda comum e prioritária: a definição de indicadores e metodologias para avaliação de impacto e de padrões para a formação de docentes, apontados como os maiores gargalos das políticas de Tics na educação na América Latina, além de reforma curricular dos cursos de licenciatura e pedagogia, normatização das Tics e acessibilidade.
“A definição dos problemas e expectativas comuns na região é um grande passo. Nós precisávamos medir a temperatura da água para levantar quais as principais questões que devem ser trabalhadas e para saber se as pessoas estão interessadas em levar esse debate para frente, o que ficou comprovado pelo nível das discussões, e pela própria atenção dada pela mídia ao tema”, explica Guilherme Canela, coordenador da área de Comunicação e Informação da UNESCO no Brasil.
O avanço das discussões sobre a presença das Tics em sala de aula foi tão expressivo que a organização do evento, encerrado na última quarta-feira, decidiu estender o debate a todos os internautas que queiram se juntar à plataforma, por meio do site http://groups.comminit.com/ict4education/pt-br/. Foi lançado ainda um espaço de trabalho latino-americano que reúne governos, gestores, organizações internacionais e iniciativa privada para aprofundar todas as temáticas propostas pela UNESCO e seus parceiros.
Demerval Bruzzi, Diretor de Produção de Conteúdos e Formação em Educação a Distância, da Secretaria de Educação a Distância do Ministério de Educação (SEED/MEC) aposta em iniciativas como essa a cada seis meses, como forma de acompanhar o ritmo das mudanças tecnológicas. “Precisamos proporcionar mais eventos como esse para todos os professores desse país. O professor deve e precisa estar incluído nessa discussão”, observou. Segundo ele, a parceria do MEC com a UNESCO nessa agenda tem sido de fundamental importância, especialmente pela oportunidade que a UNESCO tem de trazer autoridades na área de Tics de vários países para a interação com os docentes brasileiros.  
Essa interação e o envolvimento de diferentes segmentos da sociedade na discussão sobre Tics na escola é, para o diretor de Educação da Microsoft, Emílio Muraro, um dos pontos altos do encontro. “Uma coisa que me chamou atenção foi não somente a qualidade dos painelistas, mas a qualidade da audiência. Quando a gente fala de educação, existe uma tendência muito grande de se discutir muito e pouco se fazer. O que me encoraja a sair desse evento com essa crença modificada é que efetivamente depois de tudo discutido a gente consegue fazer uma correlação dos temas mais relevantes que realmente precisam ser mudados no nosso país para alcançarmos uma educação de maior qualidade”, observou.
Ricardo Santos, gerente geral para a América Latina, da Cisco, também elogiou a seleção consciente de temas feita na Conferência e sugeriu que os próximos encontros sejam focados em temáticas específicas. “A gente não pode perder a objetividade desses congressos. Acredito que promover eventos mais periódicos sobre Tics seja um bom começo, mas acho que o próximo passo seria objetivar mais e fazer congressos com temas muito específicos, como empregabilidade”, sugeriu.
“O importante é que os caminhos estão abertos. Levantamos as perguntas, agora com muita investigação e pesquisa, vamos buscar as respostas”, complementou Alfredo Rojas.
A Conferência Internacional O Impacto das Tics na Educação foi promovida pela Representação da UNESCO no Brasil, o Escritório Regional de Educação para a América Latina e o Caribe (OREALC/UNESCO Santiago) e a Secretaria de Educação a Distância do Ministério de Educação (SEED/MEC). Contou com o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Fundação Padre Anchieta/TV Cultura, da Communication Initiative, da Dell e da Microsoft.
Contatos para mais informações: 

Ana Lúcia Guimarães e Cadija Tissiani
Assessoria de Comunicação - UNESCO no Brasil
(61) 2106 3536 / (61) 2106 3539 / (61) 99889852
cadija.cerri(at)unesco.org.br
cadija(at)gmail.com

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